A história da “Maria” (4 passos para escrever uma nova história)

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beautiful-girl-looking-away-1995531_1920A Maria no final de cada dia, dizia para si mesma que amanhã seria diferente. Amanhã é que iria acordar mais cedo. Amanhã iria começar a fazer aquelas “coisas” que dizem que acalma, como meditação e respiração profunda. Até já esteve para participar num desses eventos em que ensinam sobre isso, mas na altura não era o momento certo. Mas amanhã é que ia ser! Já tinha pesquisado umas coisas na internet, e aquilo parecia que dava mesmo resultado. Amanhã também iria começar com o exercício físico, ainda na hora de almoço tinha passado por uma pessoa na rua, e gostava mesmo de ser como ela, “de certeza que fazia exercício”, dizia a Maria para si mesma. Amanhã a Maria também iria, começar a ser mais compreensiva, iria fazer uma dieta de pensamentos negativos (também tinha lido muito sobre isso, e estava mesmo a precisar), iria começar a planear melhor o seu tempo (segundo ela não tinha tempo para nada!). E com esta receita magnífica, a Maria tinha a certeza que a sua ansiedade, que aumentava dia-para-dia, iria deixar de existir.

No dia seguinte a Maria acordava e a história repetia-se. Amanhã é o dia! Mas, a verdade, é que esse dia nunca chegava. A Maria continuava a colocar as solicitações dos outros à sua frente, a combater a sua ansiedade com mais ansiedade, a comprar-se cada mais ao outro, a querer ser mais como o outro, e a olhar cada vez menos para si. A Maria já não sabia o que era olhar ao espelho e apreciar a imagem que via. E das vezes que se olhava ao espelho era para menosprezar a sua imagem.

A Maria, uma mulher linda, bem-sucedida, excelente profissional, cativante e cheia de força, que sobrevivia. Já não se reconhecia, não sabia quais eram as suas forças, sentia-se presa a uma vida da qual não tirava prazer. Chorava sozinha, com medo do que pensariam dela, sentia-se sem opções e com um vazio interno que teimava em não desaparecer. Todo o sucesso e perfeição que tinha alcançado, não ajudavam a libertar aquele sentimento de derrota interna que estava a viver.

Como a história da Maria existem muitas outras idênticas. Histórias de pessoas que se foram esquecendo de si ao longo dos anos. Histórias de pessoas que agradam tanto ao outro que se esquecem de si. Esquecem que o dia tem 24 horas, e que este tempo é igual para todos. Esquecem de si, de se olhar verdadeiramente no espelho para reconhecer a sua própria beleza – única e irrepetível. Levando este esquecimento, a reconhecer que a beleza do estranho que passou por si na rua seja melhor. Levando este esquecimento, a apreciar os feitos dos outros, e esquecendo de apreciar os seus. Ouço repetidas vezes “Ai, isso não foi nada de especial, qualquer um poderia ter feito”. Ao que respondo, que poderia ter sido outro a fazer, mas não foi, daí o mérito ser seu.

Como pode a Maria escrever uma história nova? 
VALORIZAR-SE

Valorizar quem é, e o que faz é a chave para a pacificação interna. Reconhecer os próprios êxitos. A coisa mais simples, o gesto mais básico, necessita ser valorizado. Porque é seu! E isso merece ser reconhecido, não por vaidade, mas por ser a base do amor-próprio profundo.

FAZER POR SI

O exercício físico, acordar cedo, a meditação ou relaxamento, a dieta de pensamentos, o planeamento do dia, entre outras coisas que deseje incorporar para melhor a qualidade de vida é ótimo. Excelente! Desde que a Maria o faça por si. Não porque gostou da figura de alguém, então decide fazer exercício porque deseja ser como essa pessoa. Ou vai começar a prática de meditação ou relaxamento, porque o seu colega começou a fazer. Ou porque alguém lhe disse que devia acordar mais cedo, por isso vai começar a acordar mais cedo.
Quando faz algo baseado na comparação, ou porque alguém lhe disse os benefícios, é certo que vai desistir rapidamente. Os seus motivos para a realização são tão poucos, que é uma questão de tempo até desistir, a não ser que durante o processo encontre reais motivos para continuar. Caso contrário desistir é um cenário, não porque não é capaz, mas sim porque não tem motivos. Sem motivos para realizar algo não existe disciplina para concretização.

PEQUENOS PASSOS

Sim, pequenos passos. A Maria desejava realizar tudo amanhã. A verdade é que os antigos hábitos não se desenvolveram num só dia. É necessário tempo. Pequenos passos consistentes; ainda que simples, mas consistentes!

ENCONTRAR APOIO

A Maria sentia-se só, não queria que os outros soubessem como se sentia. Sentia que podia pertencer a grupos, mas acabava por dizer que não era o momento. Ter um amigo ou familiar que apoie no momento em que se encontra, alguém que encoraje a seguir em frente, que desafie a voar mais alto, que motive quando mais precisa, é muito importante. Alguém que transmita segurança no momento de mudança e transformação. Juntar-se a um grupo que tenha os mesmos interesses, e no qual se apoiem mutuamente é uma excelente forma de juntos trabalharem na mudança. Ou algo mais individualizado através de um profissional que seja especialista na transformação que procura, alguém que guie e que, verdadeiramente ajude a alcançar a liberdade e a pacificação interna que deseja.

Depois destes passos a Maria irá contar uma história bem diferente. Uma história de superação, de conquista, de transformação de dentro para fora. Onde o exterior é um reflexo do seu amor-pórprio. Livre da comparação, livre de uma imagem de perfeição, livre da ansiedade crescente, livre de procurar no exterior aquilo que já existe no seu interior.
Que a história da Maria te ajude a escrever a tua nova história.


Ana Rita Costa

Coach de transformação pessoal
Facilitadora Método Louise Hay (Heal Your Life®)

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