Ao tentarmos ser o que outras pessoas querem que sejamos, para corresponder a expectativas, estamos a colocar uma pressão enorme nos nossos ombros. Existem à nossa volta, todos os dias, formas que nos dizem como nos devemos comportar ou quem devemos ser, levando a pensamentos como “se me comportar desta forma, então serei aceite”.
Este é um pensamento perigoso que leva sempre a desilusões e dissabores.
Ser autêntico, real e verdadeiro não vem descrito em livros porque é algo único. São estas três coisas que fazem cada um de nós seres únicos e especiais. Tentar copiar outra pessoa, comprar ou seguir uma receita que diz “para ser autêntico terás de seguir os seguintes passos”, é negar quem és, é negar a tua realidade e a tua verdade.
Portanto, se desejas uma receita para a tua autenticidade, não é aqui que a irás encontrar. Aqui apenas irás descobrir a coragem. Coragem para seres quem és. Sem comparações ou receitas milagrosas.
Ser autêntico é honrar quem és e isso inclui tanto as forças como as fraquezas.
Passei grande parte da minha vida a tentar corresponder a expectativas. Não era capaz de tomar decisões ou confiar em mim. Era muito difícil agradar a tantas pessoas, com tantas opiniões diferentes. Sentia que tinha o mundo nas minhas costas, com tantas exigências e regras que imponha a mim mesma. Acabei por viver entre dois mundos, aquele que era o meu (e que não ousava mostrar – o verdadeiro eu) e aquele que apenas queria corresponder a expectativas.
Pensa em ti mesmo. Quantas vezes já deixaste de fazer algo, para não teres de passar por possíveis olhares reprovadores?
Para viver uma vida com significado é essencial viver a tua verdade. O que significa que, também, irás expor vulnerabilidades. Chama-se a isso fazer parte do grupo Ser Humano. Porque a tua realidade é o que te identifica. Não queiras parecer perfeito, – a perfeição é fazer e correr o risco de errar. Mas teres a coragem de fazer, de realizar, de te comprometeres contigo. De seguir determinado caminho para, às vezes, chegar à conclusão que afinal o caminho não é por ali. O que todos querem é ouvir a tua história. Aquela história real, em que choras, em que te emocionas, em que brilhas e em que por vezes te apetece desistir de tudo. Não aquela história inventada para parecer a pessoa perfeita.
Sim, é preciso coragem para seres tu. Para ires além do que os outros acham sobre o que seria melhor para ti. Para passares por olhares e vozes reprovadoras. Mas quanto mais és tu, mais te conheces. Aumentas as tuas forças e descobres as tuas fraquezas.
Fala a tua verdade, fala sobre aquilo em que acreditas. Mesmo sabendo que aquilo em que acreditas pode mudar de tempos-a-tempos. Continua a aprender sobre ti. Compromete-te em aprender algo novo. Pratica a gentileza e a gratidão. Liberta-te da perfeição. Compromete-te contigo e faz aquilo que dizes que queres fazer. Não negues as tuas emoções, nem mesmo as negativas – elas fazem parte da tua autenticidade. Estabelece os teus limites e respeita-os. Conhece-te de forma profunda, aceita quem és e aquilo que fazes. Toma decisões. Acredita e confia em ti.
A verdade é que quanto mais autêntico, e quanto mais te aceitas, mais dás permissão aos outros para, também eles, serem reais e verdadeiros. E libertas a armadilha do “eles devem-me isto, porque eu fiz-lhes aquilo”.
Que hoje seja o dia que tomas a decisão de seres tu. Claro que tudo leva o seu tempo até te sentires confortável ao expor o teu verdadeiro eu. Sê paciente e gentil contigo no processo, porque os ganhos são enormes.
Possivelmente acabarás por descobrir que a vida é bem mais leve, irás sentir-te mais relaxado e as pessoas vão adorar descobrir quem és na verdade.
A tua vida muda, quando te apresentas com o teu verdadeiro eu.
Ana Rita Costa