Pedir ajuda, sinal de coragem!

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untitled-design-4Pedir ajuda pode revelar-se um verdadeiro desafio. Pedir ajuda significa ver alguma necessidade satisfeita e isso pode levar a sentimentos como culpa ou vergonha.
Muitos de nós cresceram a acreditar que os outros estão em primeiro lugar e que não têm o direito de incomodar. Por isso, quando afirmam “Eu necessito de..”, é usual o crítico vir ao de cima e dizer “Quem pensas que és para pedir isso?”. Esta voz do crítico interno, faz emergir subtilmente a culpa e é aqui que usualmente as necessidade e os pedidos de ajuda são colocadas de parte.

Quando alguém (ou o crítico interno) responde levando a sentimentos de culpa ou vergonha, não temos de concordar com esse sentimento. Ter esse sentimento não significa que seja verdade. Pessoas assertivas escolhem não levar as acções do outro de forma pessoal.

Ser assertivo é reconhecer que ambas as pessoas têm necessidades, sonhos, desejos, regras e valores sobre o mundo. Ser assertivo significa respeito – assertividade é sim uma competência, mas não significa que não possa ser aprendida.

Uma das formas de praticar a assertividade é pedindo ajuda a outros.

Crenças sobre pedir ajuda
A maior questão sobre pedir (ou não pedir) ajuda, está intimamente ligada com as crenças internas reproduzidas sobre este tema.

Descobre se alguma destas crenças são verdadeiras para ti:

  • Faço isto eu mesmo. Pedir ajuda significa que sou fraco e os outros irão ver-me como tal.
  • Prefiro fazer eu do que arriscar ser rejeitado.
  • Só irá ficar bem, se for eu a fazer. Não vou arriscar pedir ajuda.
  • Os outros são mais importantes, não vou incomodar.
  • Se pedir ajuda e disserem “não” significa que não gostam de mim ou não me respeitam.
  • Ao pedir ajuda fico em dívida/obrigação para com eles.
  • Eles deviam perceber que preciso de ajuda, não tenho de ser eu a pedir.
  • Uma boa pessoa ajuda sempre os outros.
  • Se estou muito entusiasmado com isto, os outros também ficarão e irão ajudar-me.
  • Eles devem ajudar-me é a função deles. Devem-me isso.
  • Não vão querer ajudar-me não sou tão importante quanto eles.

Algumas destas crenças tornam impossível pedir ajuda e outras tornam o processo de pedir ajuda muito difícil.

Pede ajuda de forma assertiva
Quando as pessoas não colocam em acção o pedido de ajuda de forma assertiva, além de transformarem a ajuda difícil, estão a colocar muita pressão sobre elas mesmas. Podem perder oportunidades, demorar mais para completar algo ou tornar determinada tarefa muito mais complicada do que aquilo que é na realidade. Pode até levar a ressentimentos por não verem as suas necessidades satisfeitas.

Ao aprender a fazer pedidos de forma assertiva, não estás apenas a respeitar o outro, estás a respeitar a ti mesmo e as tuas necessidades. Na realidade quando pedes ajuda, sem “mas” e sem desculpas estás a afirmar “ Eu tenho valor” e “Eu aprecio a tua ajuda”.

Transforma-te na pessoa mais corajosa que conheces
Eu sei, pedir ajuda é algo que nos coloca numa posição vulnerável. Existe o risco da rejeição, de incomodar alguém, sentir vergonha por parecer “fraco”, culpa por estar a colocar trabalho em alguém. Na verdade, os outros até te podem dizer: “por estares a sentir isso, não quer dizer que seja verdade” (e não o é, na maioria das vezes), mas sei que nas primeiras vezes (e nas seguintes) é mesmo isso que irás sentir.

Por isso – sim, é preciso CORAGEM para pedir ajuda – em umas situações mais do que outras.

Mas indo mais além no leque de possibilidades – também, te arriscas a terminar algo de forma mais rápida, efectiva e fácil; a fazer um trabalho ainda melhor; aprender algo novo, com a outra pessoa; partilhar determinada experiência; construir uma amizade ao apareceres como realmente és – expondo as tuas vulnerabilidades e fazendo parte do círculo dos corajosos.

A verdade é que quando não pedes ajuda, podes estar a tirar a oportunidade, e o prazer, a alguém de poder beneficiar da concretização de algo.

Como fazer um pedido de ajuda de forma assertiva?
Primeiro, pede o que realmente desejas.
Evita o uso de informação desnecessária, uma longa lista de justificações e a bajulação à outra pessoa. Sê directo, usa uma afirmação simples, clara, curta e concreta. Faz contacto ocular e fala de forma sincera. Podes dizer o nome da pessoa no início do pedido e dá a razão (curta, simples e clara) do porquê da ajuda da pessoa ser necessária.
Ex:. “João, necessito de fazer… poderias ajudar-me em…”

Segundo, aceita a resposta do outro.
A outra pessoa pode dizer logo – “sim, eu ajudo-te”. Mas pode acontecer ela pedir clarificação, requerendo uma pequena conversa até que ambos fiquem esclarecidos e cheguem a um consenso.

Lembra-te: Ser assertivo é reconhecer que a outra pessoa tem o direito a dizer “não”, pedir clarificação, negociar, pensar sobre isso e deixar-te saber alguns problemas que o teu pedido possa conter. Tudo está bem!

Sê corajoso a pedir ajuda
Ser assertivo requer não levar as respostas de forma pessoal, sabendo que as regras e as necessidades do outro são tão importantes quanto as tuas. Não são nem mais, nem menos importantes – são iguais.

Ao fazer um pedido estamos a afirmar, para nós mesmos, que temos valor e que aquilo que fazemos tem valor – esta é uma das melhores formas de demonstração de amor por quem somos e por aquilo que fazemos. Ao mesmo tempo que, é uma das formas mais rápidas e efectivas de ver as nossas necessidades satisfeitas, num curto período de tempo. Afinal, todos estamos cá para nos ajudarmos uns aos outros.

Pedir ajuda é bom para as nossas relações. Além de que fazer pedidos de forma assertiva livra-nos da armadilha da manipulação utilizando a passividade como arma. Alinha-nos com quem somos, com as nossas necessidade e com os outros.

Mas mais importantes, o pedir ajuda de forma honesta e assertiva é sinal de CORAGEM e AMOR por quem és. Constrói a confiança e a auto estima. Sim, é preciso coragem para pedir ajuda e correr o risco da rejeição. Mas quanto mais praticamos, mais fortes nos tornamos. E acredita – vale MUITO a pena!

Ana Rita Costa

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